MEMÓRIAS
Participações de serviço dos arquivos dos Bombeiros Voluntários Lisbonenses:Em 22 de Agosto de 1911, ardeu por completo uma fábrica de cortiça na Rua Manuel Gomes, Caramujo. Trabalhou a nossa bomba-automóvel e 17 Voluntários desde as 22H50m até às 7 horas do dia seguinte.Particularmente perigoso dada a indole criminosa que o motivou.
A maior parte das mangueiras ficaram inutilizadas por terem sido retalhadas pelos grevistas.
Livro do centenário da AHBVL
"Lisboa viu na noite de 22 para 23 d'Agosto um grande clarão no outro lado do rio.Correu gente para os pontos altos da cidade a ver o espectáculo e dentro em pouco sabia-se que estava a arder a fábrica de Cortiça do Caramujo pertencente ao sr. Conde de Silves.
O fogo aparecera em três partes ao mesmo tempo e com tanta intensidade que se comunicou aos depósitos situados a dez metros de distância. Quando os voluntários d'Almada o quizeram debellar repararam que tinham sido cortadas as mangueiras. Pediram-se logo reforços para Lisboa; embarcou muito material d'incêndio com cavallaria e infantaria da guarda republicana que foram recebidas com manifestações hostis."
"A fábrica ficou totalmente reduzida a cinzas e as autoridades d'Almada julgando que o incêndio era um acto de sabotage, levado a effeito depois do comicio da classe corticeira terminado momentos antes de elle se manifestar, prendeu o agitador operario Bartholomeu Constantino e pouco depois alguns dos seus companheiros."
Ilustração Portuguesa, nº289 de 4 de Setembro de 1911
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